Brasil produzirá mosquito transgênico capaz de combater a dengue

O Brasil vai produzir, em larga escala, mosquitos Aedes Aegypt transgênicos que serão aliados no combate à dengue. Foi inaugurada a fábrica que possui a maior capacidade de produção mundial do mosquito estéril. A unidade funcionará na cidade de Juazeiro, na Bahia.

A produção do mosquito geneticamente modificado será supervisionada pelo Ministério da Saúde. “Nós incentivamos o desenvolvimento deste projeto e vamos monitorar de perto, pois promete ser uma alternativa efetiva de controle da principal epidemia urbana do País”, afirmou o ministro Alexandre Padilha.

“Nossa expectativa é ter esse tipo de tecnologia agrupada a outras para controlar a dengue, com isso conseguiremos melhorar o diagnóstico e o tratamento. Para isso, é preciso apostar em novas tecnologias”, ressaltou Padilha.

Inicialmente, os insetos serão liberados no município baiano de Jacobina, com 79 mil habitantes, e que apresentou 1.647 casos de dengue e dois óbitos pela doença só neste primeiro semestre de 2012.

Os machos do Aedes Aegypt estéreis, liberados no ambiente em quantidade duas vezes maior do que os mosquitos não-estéreis, vão atrair as fêmeas para cópula, mas sua prole não será capaz de atingir a fase adulta, o que deve reduzir a população de Aedes a tal nível que controle a transmissão da dengue. A ação é inédita mundialmente: é a maior liberação de insetos transgênicos de controle urbano do mosquito da dengue. O investimento inicial é de R$ 1,7 milhões.

Resultados

Conforme os resultados, o governo poderá expandir a estratégia para todo o País e, dentro de alguns anos, incorporá-la ao Sistema Único de Saúde (SUS) como um dos mecanismos de combate à doença.

Os estudos para mensurar o impacto em termos de redução da dengue levam pelo menos cinco anos, de acordo com o National Institute of Health (órgão equivalente ao Ministério da Saúde americano).

Experiência

A pesquisa com o Aedes Aegypt transgênico teve início em 2010 com a adaptação do mosquito feita em laboratório da Universidade de São Paulo (USP). Conhecido como Projeto Aedes Transgênico (PAT), o estudo foi desenvolvido em parceria com a empresa britânica Oxitec, que desenvolveu a primeira linhagem do inseto transgênico. Posteriormente, foi adaptada ao ambiente nacional.