Câmara ainda tenta incluir estados e municípios na reforma da Previdência

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, admitiu que a votação do relatório na comissão especial da reforma da Previdência pode ser adiada, caso seja construído acordo com governadores para reincluir estados e municípios no texto.

Ele vai se encontrar entre hoje e amanhã com os governadores para debater o tema. Para Maia, a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência é fundamental para melhorar as contas públicas, porque, se estiverem fora do texto, a demanda por mais recursos continuará.

“Nessa reta final, um dia ou dois não fazem diferença, mas deixar os governadores fora, fará uma diferença brutal nos próximos dez anos. Então, é melhor ter um pouco de paciência. O ideal é votar nesta semana, se não, no máximo, na próxima terça-feira. Mas o adiamento só vale a pena se a gente tiver a clareza que tem espaço para negociar essa matéria com governadores e prefeitos”, disse o presidente.

Votos


Rodrigo Maia disse que já há votos para aprovar a reforma no Plenário (são necessários 308 votos favoráveis, ou seja, 3/5 do total), mas é preciso garantir uma margem maior para evitar surpresas. Maia explicou que a mobilização dos governadores pode garantir uma votação histórica da proposta, mas ressaltou que tudo depende desse acordo que está sendo construído.

“Você trazendo os governadores, você consolida alguns partidos, porque têm partidos que são ideologicamente mais próximos ao nosso campo, mas são aliados de governadores de partidos de esquerda nos seus estados, e quando o governador vem, dá conforto para esses deputados”, afirmou Rodrigo Maia.

“A gente não pode votar uma matéria como essa com o risco de ter 315, se tiver uma sinalização dos governadores temos um teto aí de 380 votos, aí fica mais fácil para não errar na hora de fechar a votação e abrir o voto”, ponderou o presidente.

Recursos


Questionado sobre a não liberação de emendas do governo para aprovação da reforma, o que poderia estar dificultando a aprovação da proposta, Maia afirmou que a Previdência precisa estar fora das disputas políticas. Segundo ele, a partir do ano que vem, com a aprovação da reforma e o Orçamento impositivo, vai haver um crescimento de receitas para investimentos nas bases dos parlamentares.

“Não vamos discutir emendas extras em um momento em que o governo está com o orçamento todo estourado. Vamos olhar para a frente, porque as reformas vão garantir uma capacidade de investimento para o governo federal de R$ 150 bilhões”, disse.

Maia também criticou a proposta do PSL de apresentar destaques favoráveis a setores da segurança pública como policiais civis, militares e federais. Segundo o presidente da Câmara, o partido do governo deve focar na aprovação do texto.

“Acho que o partido do governo, em votações como essa, se o governo for olhar a plateia em vez de olhar o placar, acaba perdendo tudo”, afirmou.

 

 

(com informações da Agência Câmara)